Uma espera

O doce sabor da descoberta envolvido pelo medo prudente.
A cada instante que passava ela sorria.
O corpo já não respondia à sua razão.
O desejo se torna incontrolável.
Mas é só o corpo que não responde a razão.
A consciência ainda é soberana.
Um encontro, diz o corpo.
A distância, diz a razão.
Uma noite, uma eternidade.
A ida ao trabalho, um século.
O telefone que nunca toca. Ansiedade.
A voz do outro lado não era a esperada. Frustração.
Um olho no trabalho, o outro no relógio.
Ele não vai ligar. Conformismo.
Telefone que toca.
Agora é. Esperança.
Era ele. Felicidade.
A razão sai para tomar café. Só emoção dos dois lados.
A entrega. Por telefone. Segurança.
O encontro marcado. A razão já estava de volta. Ela não aceita.
Ele aguarda.
O medo sempre prudente. Mas a ligação acaba. Tristeza.
A lembrança da conversa. Mais felicidade.
O dia passa tranquilo. Sorrisos bobo. Felicidade adolescente.
O fim do dia vai chegando. O telefone deixa de ser só um aparelho.
Mas ele está como um adversário. Nunca a voz esperada.
Olho no relógio, quase na hora de ir embora. Tristeza.
O telefone toca.
Um alô despretensioso.
Uma voz desejada.
Uma felicidade incontida.
Era só um até amanhã. Mas era cheio de significado.
O caminho para casa, embora longo, feliz pelas lembranças.
Em casa, o banho, demorado.
A escolha da roupa para dormir.
A espera do outro dia.
Acordar, escolher a melhor roupa. Ele não vai ver, mas é como se fosse.
Ah! Razão. Por que não me dá férias?

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