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Mostrando postagens de setembro, 2014

Descaminhos

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E as estradas nos levam para esse ou aquele lugar, sem nem perguntar se queremos ou não, somente estão lá, com seu destino a nossa espera. E essas mesmas estradas não nos impõe nada, simplesmente nos esperam, com seus atalhos, com suas flores, com seus espinhos, não nos obriga caminhar por elas. Em algumas sabemos o final, sabemos o que encontraremos ao chegar no destino, em outras a surpresa está sempre presente, não temos ideia se iremos encontrar uma cachoeira, uma clareira, ou então somente outra estrada. Na maioria das vezes, optamos pela segurança e escolhemos a estrada a qual sabemos o final, isso nos deixa em uma zona de conforto, pois queremos o que podemos prever. Mas há momentos em que devemos optar pela estrada onde não temos ideia do que vamos encontrar, pois o inusitado, pode nos dar um mundo melhor. Abrir aquela porta que sempre tivemos medo, pois não sabemos o que tem do outro lado pode nos surpreender pelo lado bom. Precisamos deixar um pouco de nos abraçar com

Esquecimento

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Você esqueceu de mim. Esqueceu que o vento viria e alguém precisava fechar a janela. Esqueceu que o sono viria e que faltaria o braço para te aparar. Esqueceu que seus cabelos precisavam de meus dedos entrelaçados neles. Não lembrou que o sorriso de bom dia estaria pronto. Não lembrou que o café da manhã seria divertido. Não lembrou que o dia ficaria mais longo, mesmo o tempo parecendo mais curto. Você esqueceu de mim. Não deixou que sua lembrança te trouxesse de volta os lábios que desejava. Não permitiu que sua lembrança causasse fervor em seu corpo. Não aceitou que o torpor causado tantas vezes fosse sinônimo de prazer. Você não lembrou. Você não pensou que fosse ser assim. Mas isso porque ao abrir seus olhos eram os meus que te fitava. Você esqueceu de tudo para tão somente viver tudo de novo. como se nunca tivesse vivido. Você não esqueceu, simplesmente se permitiu ser feliz de novo, como nunca.

Realidade

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De todos os desejos e sonhos, o que sobra é tão somente a realidade. Quando tudo o que desejamos se realiza deixa de ser sonho e passar a habitar na fria e dura realidade. Quando não se realizam apenas foram coisas que viveram num mundo que não era real. O choque de realidade causa transtorno sempre, pois notamos que o que foi programado não aconteceu, o que foi planejado não se realizou. Mas o que mais atormenta na verdade é a tão pura realidade. E isso gera uma série de sentimentos antagônicos ao que a expectativa gerou. Mas o que tem de melhor nisso é que enquanto os sonhos não se acabaram, aquele instante foi mágico, foi sensacional. Uma pena que o fica depois são uma série de sentimentos com a mesma intensidade, porém, com reações diferentes. É o momento em que aprendemos de forma dura e seca o que significa antônimo. Mas é claro que nada dessa coisa sombria deve tomar conta dos desejos e dos sonhos. Haverão novos sonhos, novos desejos. Alguns serão realizados, mas me

Olhares

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Porque me olhas assim? Dessa forma tão meiga, dentro dos meus olhos? Porque seus olhos me fitam como se fossem esses os últimos instantes, daqueles sozinhos que nunca mais virão? Porque me olhas assim, como que se me tocasse mesmo a distância? Porque cerra os lábios no momento em que meu olhar brilha dentro do seu? Porque meu coração acelera só com seu olhar? Porque me olhas assim? Onde está o universo quando me perco em seu olhar? Onde está o sentido quando te sinto só pelo olhar? Como esconde essa magia tão grande em tão pequeno ato? Mas não deixe de me olhar assim, pois, assim saberei que estarei sempre perto de você. E sabe porque? Porque dentro dos seus olhos eu me encontro, e dentro dos meus olhos está você. Quando me olhas assim, somos um só, pois estamos um dentro do outro, como um único ser. Porque me olhas assim? Pelo simples fato de nos entregarmos e também receber um ao outro. Então, me olhe assim sempre.

Anestesiado

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Apenas um toque, e o torpor invade todo o corpo. A mente como que entregue não consegue mais mandar suas informações para o corpo. As mãos sem saber o que procurar. A respiração ofegante. A luta pela busca da consciência fica injusta, pois, a cabeça não sabe o que quer, mas o corpo se entrega ao torpor. As pernas executam movimentos involuntários. E aos poucos o corpo caminha para um relaxamento natural. Uma entrega insana, pois o desejo agora impera sobre a razão. Os olhos semi abertos, tentando pedir para que pare. A boca semi aberta querendo sussurrar palavras, mas impotente. As mãos geladas. O corpo quente. Entorpecido, o sorriso brota leve nos lábios. Alucinado, o corpo se debate. Anestesiado, entregue, vulnerável. Não, o corpo não quer acordar. Ele deseja que o entorpecimento seja pleno e eterno.