Sempre haverá tempo, sempre!

De fora para dentro De dentro para fora Com a poeira nos olhos No chão No ar De cima para baixo De baixo para cima Com o céu nos pés Com as mãos no chão E assim vai E de novo vem E ninguém sabe de onde partiu E nem para onde caminha De fora para cima De dentro para baixo Se é ida é adeus Se é volta um abraço E assim...

Nas sombras onde caminha o improvável Onde o desconhecido faz sua morada E foge da luz quando solicitado Nas sombras onde não se quer ser conhecido Onde cada passo pode ser o último mas também o primeiro Na escuridão da realidade onde o sim e o não se confundem E nesse conflito no escuro não haverá luz O que se verá será tão somente a escuridão E quando se acha que encontrará a luz Então é o momento de um passo atrás pois caminhando para trás a luz ficará mais longe E nas sombras acontecem coisas obscuras Coisas estranhas coisas indesejáveis E o morador desse lar sem luz Prefere o anonimato disfarçado de solução

Olhar o que falta para caminhar? Entender quais serão os obstáculos? Procurar um atalho?/ Talvez todas as alternativas Ou então nenhuma Basta chegar. Basta ir. Basta não parar. Haverá disputas? Sim claro Haverá derrotas? Isso com certeza Haverá vitórias? Isso é o objetivo Com ou sem obstáculos, vamos caminhar para o objetivo Quando tivermos a resposta da caminhada Então lamentaremos ou iremos comemorar O resultado? Vai ser uma caminhada de luta, entrega, decepções, vitórias O que vai ser? Vai ser aquilo que plantarmos Vai ser resultado da luta, do otimismo e da perseverança Se nos entregarmos de verdade Então ficaremos tranquilos Senão, só haverá lamentos. E tudo que não queremos é lamentar.

As nuvens no céu Assim como as ondas do mar Nos fazem desenhos infinitos Os passos curtos Assim como os passos longos Nos levam para todos os lugares Onde imaginamos Onde queremos E na luta eterna entre o que temos e o que queremos O mundo da imaginação pinta com todas as cores O que a realidade torna gris E então vivemos em dois mundos Um perfeito e outro mais que perfeito E os dois se completam Transformando o palpável em intangível E o onírico em rochas duras de verdade Mas ainda assim haverá cores de sobra Na paleta interminável da vida

Bastava apenas provar Sentir o seu aroma, Seu Sabor Seu cheiro Seu gosto Bastava apenas ter ter em suas mãos ter em seu corpo Simplesmente bastava Bastava para si, o tanto que tinha E o tanto era mais Mais desejável Mais admirável Para que se bastasse em si Precisava tão somente de provar De tão bom o aperitivo que pareceria um jantar E então bastando somente isso Isso seria o que bastava

Em sua angustiável solidão, ela sente uma necessidade Um desejo incontido de vontades Um sonho necessário, uma dor incontrolável Precisa de colo, precisa de algo que a penetre profundamente E nessa necessidade, ela procura onde menos se espera o consolo necessário Entregue aos seus delírios O corpo quente, sozinho Se derrete em mel, quente, espesso, doce Sabor para ser trocado, mas não há troca. Há sim o desejo do colo Da palavra no ouvido Mas nesse momento há o silêncio Sozinha procura em suas fantasias a resposta Sozinha procura em seus segredos o acalanto E o corpo, vivencia seus desejos, suas vontades Quentes suas mãos procuram seu corpo para sanar seu desejo E nas viagens da mente, e na transformação do corpo Ela se entrega, mesmo sem colo, mesmo sem o outro E o mel que ora foi foi doce, agora se torna amargo Pois ao acordar da realidade exausta Ela mesmo assim sente falta dele.

Infinitamente sem fim No começo desconhecido De um caminho sem rumo Num horizonte distante Paralelo de lugar algum E com o sol brilhando sempre Com as estrelas iluminando a noite E a lua soberana no céu negro Pintado de pontinhos brilhantes E assim o fim, o meio e o começo Se misturam Se diferem Se encontram Infinitamente sem saber Se já é hora do finito Ou então se é o instante Que nunca termina mesmo sem ter começado

No seu balançar como vento no varal, sua imagem surrada e desbotada Trás com os ventos as memórias do passado E no pingar da água que escorre nos lembra o suor das caminhadas feitas com ela E como o amor que sugere ventanias Ela balança como quem se despede mas quer ficar E no desbotar de suas tintas, ficam a marca do tempo que passou E como cicatrizes, elas marcam A vontade de se desfazer, se confunde com a vontade de ficar Mas há um carinho especial pelas caminhadas conjuntas E esse carinho não pode se desfazer como se desfaz a tinta da calça Então ela sairá do varal, e ocupará seu lugar de sempre Um canto no qual sempre será encontrada Para novas caminhadas com uma antiga companheira

Capitular deveria ter como tradução somente colocar capítulos, porém, ela também significa rendição. Em um cenário de guerra quando um pais capitula, isso que dizer que ele se rende aos acordos para o fim do conflito. Na nossa vida há muitos momentos em que devemos capitular, seja para colocar capítulos novos em nossas vidas, seja para se render a um acordo. Ao aceitar um acordo o que se espera é que tenha fim um conflito e então inicia-se um momento de tranquilidade, paz e reconstrução. Mas se render não é sinal de fraqueza, aceitar o acordo não é submissão. Colocar um capítulo novo não é esquecer o passado, nem tampouco perder o presente. Nos dois casos, a consequência é um caminho novo, diferente do velho. Uma nova estrada, sem os conflitos antigos e em busca de um horizonte de paz. Logo, devemos sempre que necessário capitular. Devemos escrever nossos passos com a caneta do destino empunhada. Com todos esse argumentos nas mãos, basta agora que olhemos para traz com

Nos desejos mais profundos, nos pegamos sem trancas Sem amarras, sem pudor, sem explicações E nesse universo intimo e impenetrável nos permitimos Permitimos tudo e de qualquer forma, não há o que esconder Nesse mundo só há o que desvendar Só há o que desnudar. E nesse limiar de sentimentos, existem aqueles que queremos que sejam nossos E aí, queremos transportá-los para um mundo real, onde o pode ou não pode existe No mundo divisível e penetrável, existem amarras,pudor e explicações Então o proibido e impossível se defrontam com não permitido e os limites Podemos desejar? Podemos querer? É certo, ou errado? Todas essas perguntas afloram, e olhos fitam outros que nos punem e nos sentenciam. E na noite, com a cabeça sobre o travesseiro, nos perguntamos: E meus sentimentos e meus desejos? São proibidos. E o corpo numa explosão de vontades, se afunda e aprofunda de volta nos desejos mais profundos. Onde tudo é permitido. Até aquele amor levemente proibido. Pelas doces

O inesperado, por tal denominação nos surpreende, Mas o que são surpresas? Aquilo que esperamos e acontece, ou aquilo que acontece e não esperamos? Não importa. Importa que acontece algo. Então no meio do dia, um dia comum, surge um par de olhos. Ficamos encantados. Quando observamos mais de perto, são olhos já vistos. E quando esses olhos tomam voz, ficamos ainda mais impressionado. Como de tão longe, veio parar aqui? E ai as vozes escritas descrevem tempo, saudades e histórias. E nos desvendar dessas histórias, mais surpresas. Percebemos um novo ciclo, um crescimento, uma novidade. Sorrisos largos e longos. O aprendizado disso tudo? Ah! Simples. Não dominamos nada, nem tampouco tempo. Não sabemos quais são as surpresas que virão, nem tampouco como virão. E o que fazer com as surpresas? Aprender com todas elas. Entender as mudanças. E ai, o mundo difícil e fácil como ele é, se mostra surpreendente. Nos dando de presente, a cada instante um mundo novo, que nem sab

A melhor hora de decidir é agora! O momento de resolver é agora! A hora de falar é já! O instante de passear, nesse momento! Mas a decisão demora, A solução não é instantânea, O silêncio as vezes fala mais, Passear, pode esperar. Mas quando é o tempo de se fazer? É agora, ou depois? Mas o tempo tão sábio, não nos diz quando,  mas ele sabe o tempo. Mas temos que decidir, mas quando? E fazemos no nosso tempo Que não é o mesmo tempo de Cronus! E agora? E fica a pergunta: Se não for agora, quando será? Mas será, que será? Só o tempo...

Emergir do nada, Encontros de histórias E de vidas E de coisas Emergir do passado Encontros de marcas E de músicas E de amigos Emergir de dentro E de cicatrizes E de amores E de tanto emergir Ficar na borda Na flor da água E não submergir Ficar com a Vida e com a música e com as marcas e com as coisas Que serão iguais, mas diferentes.

E nos olhares se falavam em silêncio E nas palavras não ditas eram ouvidos os sussurros E a troca de olhares gerou calor nos lábios que quentes se desejavam de forma intensa, mas cautelosa O corpo reagindo lentamente aos olhos e as bocas, causando gelor nas mãos E as palavras que eram ditas em silêncio tomam forma quando as mãos se tocam Sorrisos largos emitem o convite, o corpo aquecido, as mãos geladas A boca, salivando, ao mesmo tempo em que se tem a sensação que está seca. A cabeça, perdida entre o que é e o que deveria ser. A vontade é percebida pelo cheiro que o corpo exala E cada vez mais próximos se entregam sem uma palavra dita Sem um sim, nem um não. Simplesmente se entregam Seduzidos pelos olhares que disseram sem falar, Pela que boca que beijou sem tocar, Pelas mãos que aqueceu o corpo mesmo fria O corpo, agradece esse instante numa explosão quase que infinita Em um momento único E exaustos, descansam com os olhos que tanto falaram, fechados, porém Os v

E nas sombras do seu mais profundo desejo, seu corpo procura o outro para aquece-lo. E nessa busca intensa, a sombra transforma na parede o ideal desejado E ela, mesmo sem saber o que fazer, se entrega intensamente à imaginação e o corpo acha que é verdade Nessa confusão deliciosa entre o que quer e o que sente esse instante torna tudo mágico e mais intenso E as sombras tomam forma, tomam cores, toma conteúdo E o corpo se entrega a essas formas, se colore com essas cores E passa a fazer parte do mesmo conteúdo contendo e estando contida Sem se conter em seu solitário e quente calor Sem se deter em sua imaginação Fazendo da sombra seu novo mundo E ela, com seu corpo doce e quente, com a boca seca e úmida E suas mãos perdidas em movimentos insanos Sente sua explosão. E a sombra se vai, e exausta se entrega ao sono. E o dia seguinte, será de cores e de entrega e de sonhos. E a sombra? Ela sabe que estará lá.

E as cores se misturam, e no final: booooommmm Uma mistura explosiva de cores. Frias, quentes, claras, escuras. Elas se juntam, e viram uma só cor, branca. Cheia de luz, por isso branca. E nas mais diversas variáveis de cores, escolhemos a nossa. E dentre tantas uma é a nossa. Na ausência de luz. tudo fica escuro, sem cor, ou então uma cor menos feliz. E os sentidos tomam as cores como se fossem deles E psicodelicamente temos um novo olhar. Ai, outra explosão. Agora uma sem ida nem vinda, uma explosão inesperada Aquela que surge de repente e ai nos perdemos Os olhos não sabem mais como identificar Nem isolar uma só cor. E essa magia nos faz sempre acreditar que o diferente nos assusta, mas pode ser belo. E o novo também pode ser perfeito. E a perfeição está onde parece ser menos perfeito. E ai, outra explosão.

Caminhar nos trilhos Andar certo e correto Caminhar nos trilhos Ter um caminho a frente para explorar Caminhar, sair de um lugar com destino a outro Certo correto e para frente Nos trilhos, onde são paralelos Então nunca se encontrarão Caminhar, para encontrar Caminhar até a próxima estação Caminhar, por caminhar Nos trilhos, fora deles, dentro deles Mas caminhar. Nos paralelos Nos encontros Nas distâncias Onde o adeus vira seja bem vindo Então de adeus para o que passou E que seja bem vindo o que virá Caminhar

E no começo parecia conhecer o fim. E então entramos no meio do furacão pois sabemos que podemos dominá-lo. E nos labirintos criados pela mente, temos o pleno controle do destino. Sabemos ao certo onde está o norte, e então, abrimos mão do barbante. E ao não temos mais o caminho de volta marcado, caminhamos nas direções ditadas pela intuição. E caminhamos pelos escuros caminhos do desconhecidos. Tem o desespero, mas também a esperança. E nebuloso caminho de volta, inalcançável caminho de ida. Caminhamos em círculos, em quadrados, em triângulos, procuramos os melhores ângulos, e nada. E nessa espiral há o momento em que não sabemos onde começa nem tampouco onde termina. E mesmo assim vamos. De forma insólita a caminho da saída. De forma insana no caminho escolhido. E mesmo que nunca saia, sempre haverá a esperança do sucesso. E mesmo que a gente saia, sempre haverá a vontade de voltar.

Singrar mares é mais que navegar. Navegar é andar sobre as águas. Singrar é ir em direção ao novo, ao desconhecido. Andar sobre as infinitas ondas, é como se não saíssemos do lugar. A sensação de nunca terminar, nos faz sentir que nunca saímos do lugar. Balançar sobre as águas é como se fossemos embalados num colo quente. E adormecer sobre esse colo nos dá segurança. E saber que iremos aportar em algum lugar seguro, nos deixa em paz nessa caminhada sobre as águas. Observar o igual das águas e saber que são diferentes isso nos deixa perdidos, atordoados e apaixonados. A vida que escorre sob nossos pés, nos encantam. O mistério da profundeza nos seduz. Olhar para o céu, nos faz apaixonados. Então, singrar os mares, é muito mais do que simplesmente caminhar sobre as águas. E assim é sempre. Viver é muito mais do que simplesmente acordar. É saber que temos muitos mistérios sob nossos pés, e um céu impressionante sobre nossas cabeças.

Refazer e se reconstruir, traçar novas metas Entender o horizonte como atingível, sempre Trazer para si a essência da mudança nos caminhos Sejam retos ou curvos. Reconstruir-se, sem a necessidade de se desmanchar reconstruir consertando o que não está bom, acrescentando o que falta Caminhar em trilhas novas, com desejos novos Se refazer. Entender as mudanças e se recriar. Olhar para tras com um sorriso e ver as flores deixadas Levar consigo as boas lembranças e assim criar o novo. Entender-se. Saber dos seus limites, se respeitar E assim um caminho novo, completo, com objetivos, sonhos e delírios Insanos ou alcançável, não importa. Traçar, sonhar e caminhar em sua direção. E ai. As marcas nos pés, os calos nas mãos, vão compor Um novo ser.

Flutuar inebriado na felicidade pura e simples Sentir os pés fora do chão pelo simples fato de estar sorrindo O brilho nos olhos somente por te-los vistos refletidos Insanamente perdido numa alegria infantil Onde brotam sorrisos fáceis e largos dos lábios E as lágrimas que escorrem são de puro contentamento Então perceber que a felicidade é feita de um momento único, sem cópias, nem porques E ai, se entregar perdido a essa sensação que não conhecemos Mas sabemos que nos faz bem. Não importa de onde vem, nem porque vem. O que é mais importante é a sensação de pureza De extase intenso De felicidade extrema. E para isso basta sentir. Sem pedir explicação. Sem cobrar nada. Só sentir.

E na longa e ilusória caminhada da vida, nos são propostas diversas situações Das mais simples e felizes a mais loucas e insanas E nós como bons humanos nos deparamos com tudo isso e resolvemos Algumas situações comemoramos, outras choramos Alguns desafios são bem vindos e lutamos Outros, não são desejáveis, mas mesmo assim, lutamos. Encaramos todos eles de forma diferente, Em alguns casos são bençãos dos deuses, Em outros são provações vindas das trevas, Nos lamentamos, achamos injusto, mas mesmo assim lutamos Somo assim. Bate o desespero, o desânimo, a vontade de desistir Mas desistir nunca é uma opção. Mesmo sabendo que o não deixa tudo mais simples, Enquanto o sim, traz a responsabilidade da luta. E como viver sem luta? A vida seria vazia, sem graça, sem emoção, sem adrenalina. Portanto, que sejam bem vindo todos os desafios, pois, mais cedo ou mais tarde, Todos eles serão transpostos e estaremos preparados para os próximos que virão. E assim, seremos cada dia

Ser humilde é uma das dávidas mais incrível que nos foi dada. Mas as pessoas misturam os sentimentos e entendem a humildade de forma errada. Dobrar os joelhos para algo maior que nós mesmo, não é fraqueza, é o reconhecimento da superioridade do outro. Aprender com os mais sábios, não nos faz mais burros, e sim, nos coloca no caminho do saber. E reverenciar quem nos ensina, isso nos faz ser gratos, não menores. Ter gratidão não é fraqueza. Reconhecer a qualidade do outro não é submissão. Aceitar o que o outro propõe não é falta de opinião. A humildade nos leva a outro nível espiritual, ela nos coloca em outro patamar. Então podemos sim ter a humildade para aprender, para reverenciar, para conhecer. E isso nos faz maiores não menores. O que muitas vezes não percebemos é que o vemos nos outros, muitas veem isso em nós. Ou seja, sempre temos o que ensinar, sempre temos o que dividir, sempre temos qualidades que são admiradas por outras pessoas. Então o que somos para algumas

Um anjo é um ser completamente privilegiado. Tem ao seu lado os melhores, tem ao seu lado a pureza, a constância e o amor. Eles são tão especiais que podem optar por quem proteger, e como fazer isso. Mas de todos os privilégios está a escolha. Eles escolhem quem vão estar com eles por toda a eternidade. E o infinito nesse instante se torna a maior das bençãos. E não podemos discutir esse privilégio. Nem tampouco querer impedir essa escolha. Hoje você está ao lado deles. Sim me causa inveja dos anjos, mas também, me causa felicidade por saber que está tão bem cuidada. Nem a lágrima mais salgada que rasgar meu rosto poderá ferir o sorriso largo que estampa meus lábios. Sei que está bem cuidada, mas sei que os anjos hoje são muito mais privilegiados, pois tem em sua companhia pelo eterno. Sim. Há dores e há saudades. Mas também há a alegria de saber que estás no lugar merecido de paz, felicidade e muito amor. Seja feliz onde está. E faça feliz quem está ao seu lado. Com

Como acreditar no inacreditável? Não acreditar? Talvez. Mas o pior de tudo é não poder mais acreditar no que até ontem era acreditável. Perder a fé no que vimos, ouvimos e sentimos. O que causa essa sensação? O dia a dia. Pois, com o passar dos dias as verdades e as mentiras que ora eram misturadas agora se separam. E então a sensação que fica é que as mentiras são maiores que as verdades. E ai, o sentimento é de frustração, mas esse é fácil de lidar. Mas o olhar para o futuro fica complicado, pois não sabemos mais o terreno que estamos pisando. Ai tudo fica mais frágil. Mas sabemos que apesar de tudo isso, ainda assim temos que acreditar no inacreditável. Mesmo que para isso mudemos o que acreditamos, o que não acreditamos Ou o que gostaríamos de acreditar.

Se submeter a algo ou alguém Não é e nunca será sinal de fraqueza, pode ser simplesmente por respeito Por entender que devemos demonstrar ao outro que ele é melhor que nós em algo. Se submeter pode ser simplesmente por respeito a hierarquia Se submeter, pode ser porque nos faz bem. O que não nos faz menor, nem com menos valor. Pode ser porque temos essa fantasia, porque gostamos de servir. Pode ser, pode ser, pode ser. Tudo pode ser. Só não pode ser julgado, isso não. Pois os julgamentos sem conhecimentos chama-se pré conceito. E pré julgar pode nos dar a informação errada sobre algo. Então, podemos sim nos submetermos aos outros, sem problemas. Só não podemos nos submeter àqueles que nos julgam sem nos conhecer.

Calor, suor, transpiração Aquecido por um astro, ou por um corpo A sensação do desejo o sabor do sal A vontade do banho O sorriso A preguiça O calor O calor do corpo da alma Da vontade Aquecido por um sorriso um olhar, um toque E o calor, sempre o calor Faz o sangue ferver As mãos gelar e as pernas bambear tudo por culpa do calor

Errei, desculpa, vou acertar. Te machuquei, desculpa. E assim passa o tempo, com pedidos de desculpas pelos erros cometidos. Ao pedir desculpas, tudo passa, tudo cura, tudo se resolve. Mas as marcas e as cicatrizes ficam, sempre. Elas servem para nos lembrar das desculpas. O erros? Ah! Eles estarão sempre lá. Uma palavra maldita. Necessita em seguida uma palavra bem dita, ou bendita. Mas isso não importa para quem erra. As desculpas já estão lá, então tudo resolvido, pelo menos para quem erra. E as desculpas não impedem novos erros. Os barrocos diriam que erramos para sermos perdoados. E assim podemos errar de novo. Mas, e quem sofre pelo erro? Esse não tem como se curar, nem esquecer. Apagar? Não existe apagar o erro. Perdoar? Podemos sim, mas o perdão não cura dores. Pode nos fazer bem a alma, mas não acalanta o coração. Errar é humano? Mas muitas vezes os erros são desumanos.

Está tudo em paz! Vamos mudar tudo e deixar mais em paz ainda! Está tudo em ordem! Vamos desordenar tudo e colocar uma nova ordem! Vamos retomar o destino em nossas mãos e reconstruir. Mas para reconstruir, é necessário desconstruir. Para reformar e tornar tudo novo, É fundamental que acabemos com o velho, Temos que nos desapegar do que há para ter o que virá Sim, desmontar o formato existente Montar uma coisa nova, sem precedentes Construir uma nova vida. O passado? Deve nos servir como modelo, Jamais como inspiração.

Não é só isso, Ele não é só o sol, é mais que isso, Ele é quem nos aquece, torna o dia mais feliz, mais claro; Não é só isso, Ela não é só a lua, Ela também é um simbolo dos amantes, com ela a noite fica mais clara e convidativa Não é só isso, Não é só um abraço, É um acalanto, é um carinho que nos faz sorrir, é uma necessidade, Não é só isso, Não é só um sorriso, É uma resposta feliz de algo que fizemos para o outro, Ou então, é uma resposta para o outro de algo que nos fez; Não é só isso, Não é questão do copo estar meio cheio ou meio vazio, A questão é termos o copo, para que encha quando estivermos feliz, E para que esvazie quando estivermos tristes, Mas, é necessário que exista o copo. Então não é só isso.

E que nossa colheita seja farta E que nossa mesa seja plena E que nossa fome saciada E no momento de dor Que o remédio venha dos céus Que a cura venha da alma Que a recuperação venha no abraço Que nosso trabalho seja recompensado Que o fruto dele seja saudável Que possa dessa forma aumentar nossa colheita Que os dias sejam favoráveis Que a chuva não alague nossos sonhos E que o esteio não seque nossas vontades Que nosso dia seja cheio de coisa boas E que boas sejam aquelas coisas que desejamos Que o outro possa nos ver com bons olhos Assim como nós também olhemos com o coração para o próximo E que seja assim sempre

Porque caminhar quando se pode voar? Porque escolher caminhos tão cheio de pedras se podemos caminhar entre as nuvens? A sensação de não ter os pés no chão Não deve nos causar insegurança e sim Despertar em nós o desejo de alçar voos mais altos Devemos sim, trocar a segurança dos passos firmes pelo navegar para onde o vento nos leva E dessa forma, então encontrar nesse caminho as trilhas mais amenas e menos tortuosas Para voar não precisamos tirar os pés do chão E sim, deslocar nossos pensamentos para algo mais alto mais puro e perto do inalcançável Podemos sim voar. Podemos sim, sentir o frescor da brisa úmida das nuvens E mais que isso, Podemos tocar com as mãos a estrela mais brilhante Para isso basta que tiremos nossos pés dos chão.

E na nossa caminhada sem companhia Conversamos com nós mesmos No mais profundos e insanos diálogos Aquele momento em que somos heróis, vilões Amantes, amados, perfeitos e defeituosos E nas nossas conversas solitárias, mas acompanhadas de nós mesmo Nos permitimos falar o que nunca falaríamos, Mas também ouvimos o que mais gostaríamos de ouvir E nessa conversa silenciosa, a expressão em nosso rosto Indica se a conversa está animada, se está tensa E nosso mundo nos traz alegria, tristeza ou excitação E não nos furtamos de nossos diálogos, Até porque eles são nossos, só nosso Em um mundo impenetrável que fazemos exatamente o que queremos E nesse nosso mundo perfeito por opção ou imperfeito por desejo Nos realizamos por diversas vezes durante o dia E são essas conversas que nos fazem ser o que somos, pois, trazemos para o mundo real, parte de quem somos de verdade, Porque a outra parte deve ser descoberta por quem nos acompanha.

Onde está agora é onde gostaria de estar? Está fazendo o que um dia se propos a fazer? Ou está simplesmente agradando ao outro? Será que perdeu a vontade? Ou cansou de se bater para encontrar o caminho? Se perdeu na espiral da vida e não sabe mais onde tudo começou? Ah! Como responder a todas essas perguntas, se para todas elas a resposta é sim e também não? Como saber o que acontece, se não sabemos como aconteceu? Perdidos Confusos Uma ebulição de sentimentos misturados No mesmo instante em que queremos ir, desejamos ficar Na mesma hora que queremos ser nós mesmo Também queremos agradar o outro O que fazer nesse instante tão confuso? Nada, simplesmente nada. Somente parar, olhar para o céu e respirar. Depois disso? Mudar tudo que está errado.

Não saber se toma uma decisão que tem que tomar Não saber se tomou a decisão que deveria ter tomado Um inquietude na alma Uma bagunça na cabeça Um desassossego sem fim Não há repouso Não há como relaxar Uma vontade de fazer Outra maior de não fazer Uma indecisão, um medo, um sentimendo estranho Sem pontos cardeais, nem tampouco um norte Não há conselhos Não há caminhos Não solução Para tudo, seria necessário um tudo novo Para os problemas, seria necessário uma nova visão Mas a mente não ajuda e o corpo está cansado Mas ainda há a luta E maior ainda o desassossego.

Que tenhamos diversas paixões E que todas sejam avassalodoras E que sejam arrasadoras E que sejam inconsequentes Que nossas paixões sejam como archotes Que brotem fogo dos olhos Que surja um calor intenso do coração Em contraste com o frio das mãos O tremor das pernas E boca seca, embora sedenta Que tenhamos paixões pelo outro Pela outra, por um texto, por um livro Por um filme, pelo simples, mas mágico ato de acordar saudável Que sim, nosso fogo interno nunca se apague E que nossos desejos sejam o combustível necessário Para um novo bom dia!

Ser sozinho não é ser solitário. Ser sozinho é opção. Ser solitário é consequencia. Ao optar por ser sozinho, o que estamos dizendo é que optamos por uma vida de certa forma diferente. Que não queremos dividir nossa cama todos os dias Nosso café da manhã Nem darmos muitas explicações de nossas ações. Ser solitário e estarmos alijados das pessoas É saber que não temos com quem contar. Ser solitário é triste. Ser sozinho, muitas vezes é uma vitória. Não precisamos de explicações para sermos sozinhos Mas precisamos de reflexões por sermos solitários. Ser sozinho é ter liberdade. E liberdade não fazer tudo sem consequencias É poder fazer o que temos vontade.

Algumas pessoas dizem que o horizonte é inalcançável Por que quanto mais caminhamos em sua direção, mais longe ele aparenta estar Mas devemos sempre querer chegar até ele Isso porque no caminho ao inalcançável fatalmente conseguiremos mais conquistas do que se procurássemos o atingível Ao buscar o impossível, o possível nos parecerá simples Ao querer o que nos parece não ser nosso nossas conquistas serão maiores Os sonhos devem por obrigação serem maiores do que achamos que merecemos As vontades devem ser simplesmente malucas e imprevisíveis Pois só assim, teremos ainda mais do que pensamos que poderíamos ter Então, caminhe firme em direção ao horizonte E quanto mais longe ele estiver, mais opções terá no caminho E depois é só escolher o que o mundo lhe apresentar Nessa palheta de cores e opções.

E no caminhar da vida algumas coisas vão e vem Algumas pessoas vão e vem Alguns sentimentos vão e vem E nesse caminhar louco e desajeitado Nutrimos em nossas almas sentimentos de apego De aperto, de vontade de estar perto E quando vem a distância, a ausência, parece que se abre um buraco Daqueles intransponíveis e no fundo desse abismo uma imagem Uma voz, um rosto, um carinho, daqueles que não temos mais E quando estamos com o coração apertado olhamos para o fundo E mesmo sentindo dor, queremos que o fundo suba à tona E que nos toque, que sorria, que nos ouça, que nos fale E assim a saudade se alimenta, nos alimentando de dor Mas como diz um escritor da internet: "A saudade é o antidoto contra o esquecimento". Então sentir saudade é como ter a pessoa do nosso lado, mesmo que ela não saiba.

E dentro das nossas mentes, guardamos as mais diversas informações De como fomos, onde fomos, e porque fomos, Além de irmos, também deixamos bem arquivadas Quem fomos, com quem fomos e porque fomos E nossa mente enche, atola, entope E mais ainda. O que nos fizeram, como nos fizeram e porque nos fizeram Estou falando dos sentimentos, das ações e das reações Mas sempre precisamos mudar, alterar, criar Mas não nos desfazemos do que não nos ajuda Mas queremos o novo, sem nunca se desfazer do velho Temos uma riqueza em nossas mentes, porém nunca serão utilizadas É como aquelas quinquilarias guardadas nas gavetas só ocupando espaços São obras faraônicas, sem sentindo, ou melhor, atrapalhando nossos sentidos São elefantes brancos que de nada servem. O melhor? Não termos essas coisas grandes e monstruosas que nos impede de caminhar E sim pequenas mãos que nos ajudam, ao invés de patas de um enorme paquiderme.

No momento em que a escuridão é plena No instante em que o sol parece nunca mais voltar A sombra que não existe sem a luz, nos faz falta A noite que servira para o descanso e para os amantes Nos faz a enxergá-la como inimiga Nos causa depressão, desespero Achamos que nunca mais vamos sair dessa espiral Que em muitos momentos não sabemos onde começou e a saída nos parece improvável Então nesse instante sempre há algo novo Sempre há uma esperança de luz Sempre há uma mudança a nossa espera Nem que seja uma fresta na porta De onde brote uma nova luz

De repente buuummm!!! Ocorre uma explosão vindo do nada E ela destroi tudo à sua volta, sem deixar vestígios do que existia Os pedaços irreconhecíveis estão jogados no chão O que era um inteiro e algo indivísvel agora aos cacos O que se imaginava um todo completo e infinito Agora se perde ao caos E o que resta é remontar, reviver o que acabou e nessa nova montagem, temos a possibilidade de se criar o novo Então do caos se cria o novo Então da bagunça generalizada se monta o organizado Sem pressa Com planejamento, com vontade Mesmo que tenha ocorrido de forma involuntária Foi necessário a destruição total para que percebamos Que podemos criar um novo e melhor Portanto, precisamos de muitas explosões Pois só assim mudamos o rumo

Desmaterealizando o presente de forma tal que a construção do futuro passe por um momento de total insegurança. Transformando a matéria do instante em algo intangível e completamente onírico Nos fazemos novos diante das circunstâncias Nos fazemos presentes diante do insesperado e nos sentimos fortes diante dos desafios Ao reconstruir-mos, vemos brechas onde não tinha e criamos pontes para o inalcançável Tudo isso para acordarmos de manhã e nos sentirmos novos sem nem mesmo saber que fizemos tudo isso. Isso sim é viver bem, sem saber porque.

No imenso vazio deixado entre um instante e outro Nascem as mais inumera possibilidades E as mais diversas formas de aproveitá-las Seja fazendo o que ela proporciona Seja negando o que ela deseja E no vazio escuro as possibilidades negadas Caminham para o nada, como se o nada fosse o tudo do instante E as aceitas caminham para o tudo sem que nada as impeçam E no vazio das possibilidades A mente ajuda Desajuda A mente, as vezes mente Os sentidos caminham em todas as direções do vazio Para que no fim Completem com nada o nada que já havia

Das loucas e insansas ideias e dos sonhos mais desconexos E dos desafios mais intransponíveis Brotam soluções das melhores Inéditas, criadas em um momento de delírio E do que foi produzido só sobrarão flores Sorrisos de satisfação Olhares orgulhosos E a vontade de que se repita tudo de novo Mas o que mais importa nessa caminhada louca e desvairada São os acontecimentos do caminho Que pode ser uma reunião empresarial Um café no fim do dia Um almoço Ou simplesmente um delírio onde se cria o novo

Uma inquietude quente e plena nas variações terrenas de vontades na universalidade de desejos nas insanas visões de um momento surreal e instantâneo Uma vontade constante de movimentos não uniformes mas disformes em seu caminho e sua direção Uma sensação de que os paralelos se encontrarão e uma nova ordem na escalada do tempo foi determinada E nesse instante os insetos, psicodélicos ou não cuspirão nos céus cores ou não Mas nossa iris dará as cores e os sabores desejados.

E o tempo sempre conserta tudo, pelo menos essa é a lenda. Mas os cacos ficarão para sempre desunidos, não há cola, não há tempo, não saida. O tilintar e a vibração da separação do inteiro, nunca mais serão ouvidos, pois, esse som é único. Ele não estalará mais, pois não há mais conserto. O copo quebrado, não se juntará e portanto, não terá mais utilidade. E os pedaços espalhados irão aos poucos se juntando mas não para serem utilizados conjuntamente, eles serão descartados, para o nunca mais. Então, antes de arremessar algo contra o infinito, lembre-se: os cacos não se juntam. Serão descartados e começará então a busca por um outro. Que nunca mais será o que se quebrou, será somente o que substituirá aquele que um dia você achou que não serveria mais.

Na medida em que o tempo passa, os olhos ficam mais fracos, as mãos mais trêmulas, a flacidez acompanha. E no tilintar do relógio cada som é único e inesperado E no escorrer da areia entre os vãos dos dedos cada grão se vai E o tempo acompanha E o sol nasce e depois surge a lua, e menos um dia E a areia já não é a mesma E o grão um dia brota e com ele uma nova vida E o tempo se vai Se esvai, acompanha E o dia que virou noite E a juventude virou velhice E a vida acompanha

Insolitamente sorridente, num instante mágico onde os opostos estão apostos Num contraste claro entre o claro e o escuro Num momento equidistante Num instante momentaneamente singelo Puro e cristalino O sorriso abarca as ideias Acalanta o fugor do ódio E espanta a desesperança que tanto nos espanta O sorriso que pode ser dado no momento mais inesperado E que quando ele é esperado nos faz sorrir também Ah! Então sorria, simples assim!

Direita, esquerda, para cima, para baixo Visão Olfato Tato Paladar Audição Amor Ódio Saudade Preguiça Vingança São sentidos em todos os sentidos.