O tempo de novo

O tempo nos faz escravos. O tempo é implacável.
Mas tem um momento que ele é cruel. Mas tem um instante que ele nos maltrata.
Diz a mitologia grega que Tempo, conhecido como Cronos, comia seus filhos, como faz até hoje. Somos todos consumidos por ele. Mais do que comandar nossas vidas, ele nos deixa em alguns instantes malucos.
Vamos falar de um momento desse. Aliás, é o que eu mais gosto.
A espera.
Mas claro não é qualquer espera. É uma espera específica, cheia de alternativas e de emoção. Não é de gravidez.
A espera da pessoa amada. Essa espera é onde o tempo mais gosta de maltratar a gente.
Quando estamos esperando a pessoa amada o relógio parece não andar. Uma hora jamais em 60 minutos quando estamos esperando.
Os cientistas dizem que ficamos ansiosos ai temos a impressão de que o tempo demora mais para passar. O que os cientistas sabem de paixão? Será que eles não percebem que o tempo faz mesmo a hora ter mais ou menos uns 180 minutos?
Mas os relógios deles só servem para marcar quanto tempo uma substância leva para formular.
E os historiadores? Que dizem que 100 anos não é nada?
Deixa-os ficarem esperando um século a pessoa amada. Ele vai pensar que é um milênio.
Aí, depois de uma hora de 180 minutos a pessoa chega. Então o tempo muito bonzinho quer recuperar aquele tempo perdido.
Sabe o que ele faz? A hora passa a ter só alguns minutos.
Abraçamos beijamos, parece que o beijo durou 05 minutos, quando olhamos: beijos recordes de 60 minutos. E o tempo nos faz ter a sensação que durou tão pouco.
Mais uma vez os especialistas têm uma explicação: o êxtase nos faz perder a noção do tempo. Será que eles nunca se apaixonaram e ficaram torcendo para a hora não passar?
Amamos muito e tentamos aproveitar cada segundo ao lado da pessoa amanda, mas como não poderia deixar de ser, o tempo diz que já está na hora de ir embora.
Nos despedimos e temos que aguardar tudo de novo, e ser refém do tempo mais uma vez.

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