Olhares

Um olhar a distância, mas não distante.
Um olhar que queria dizer mais do que disse, havia algo escondido.
Mas um olhar, num silêncio que não existia, teve palavras, mas o olhar estava lá. Querendo dizer algo escondido, que foi descoberto, mas estava escondido.
Os olhares se procurando, tentando encontrar um tempo que se perdeu, mas ele estava lá.
O toque no rosto, perto dos olhos, a face, a mão, o corpo.
E os olhares nesse momento cada um para um lado, mas se encontrando, tentando buscar no fundo do sentimento o que estava escondido, um cheiro de saudade, um sabor de saudade.
No instante em que os olhos se encontraram, faltaram palavras sábias, foram trocadas por palavras comuns, pois as sábias estavam guardadas, esperando o melhor momento para serem desfraldadas.
Mas ainda assim tinha um olhar. Em cada um os olhos procuravam um objetivo diferente.
E então os olhos mudaram de rumo, foram em direções opostas, e para cada um ficou o último olhar.
Parecia um pedido, sem tradução é claro, não se permitiram traduções.
Os sentimentos ainda parecem confusos, parecem querer ou não querer, na verdade não sabem ainda o que querem, simplesmente acham que querem.
E de repente em uma palavra surge a saudade. E a saudade ficou estampada nos olhares.
Esses olhos, esses olhares, como são secretos, mas como nos desnuda.
E mesmo assim há a saudade. A saudade de lembrar de um olhar.

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