Sentidos

Inebriado os sentidos, os corpos como que se envoltos por uma bruma suave e fina, quase imperceptível, se entregam.
Se encostam se tateando, numa vontade enlouquecida, mesmo que contida.
As brumas que envolve os corpos se dissipam com o calor emanado por aqueles que sabem que não podem mais esperar. As bocas queriam se comunicar mas sem palavras, só com gestos.
Os lábios ao se tocarem diziam no silêncio do suspiro que há muito se desejavam.
As mãos em sua exploração diziam que sabiam qual era o caminho.
Os sons ouvidos era tão somente do batimento acelerado do coração.
Os sorrisos eram vistos no arrepio dos corpos a cada toque executado.
Naquele momento um corpo era invadido pelo outro na troca do suor expelido pelo corpo e penetrando os poros do parceiro.
Os movimentos diziam que estavam em plena sintonia. Os dois corpos agora eram um só.
Os desejos eram os mesmo, dar e receber prazer, saciar e ser saciado, sentir o cheiro e ser cheirado.
Os toques, os beijos, as mordidas nos lábios.
Os corpos sendo explorados procurando novos prazeres, sem pudor, sem escolha, somente o desejo aflorado sendo respeitado.
Se há música não se ouve. Se há palavras elas não são ditas. Se há tempo, ele parou.
Os movimentos coordenados levam ao êxtase, e o êxtase transforma o certo no incerto, o reto na curva, e o doce em sal. E o sal, e o mel, e o doce, são sabores que agora estão todos misturados em um so corpo, pois agora eles são um só.
E a distância nunca mais será a mesma.
E o adeus não existirá, eles estão agora marcados, envolvidos e sedentos esperando o próximo toque.

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