Não podia

Não podia ser perfeito, claro que não. O perfeito não existe.
Não podia dar tudo certo, isso iria contra tudo e contra todos.
Não há como o que nasce errado ficar certo, o mais comum, é parecer certo e depois ficar como sua natureza errado.
Claro que isso não pode e não deve determinar o fim da esperança, mas também não pode alimentar algo que não existe.
Os passos seguidos, os olhares, os desejos, o destino.
Isso faz parte de um imaginário que conduz à perfeição. Mas o perfeito não existe.
Existe sim nuvens, escuras, barulhentas, com lampejos de luz. Mas só lampejos.
Não há o que se falar de eterno. Não há eterno.
Não há o que se falar de encontrar no inesperado e no inusitado. Isso faz parte dos contos de fada.
A realidade é sempre dura e seca.
O tempo, sempre se alimentando dos seus filhos. Cronos sabe disso.
O colo para acalentar os passos pesados da caminhada não permite que se enxergue além da marca deixada, pois, se isso acontecesse a ordem estaria prejudicada.
Claro que há sim a solidão, ela sempre companheira e implacável.
E a ela devemos saudações longas, pois no final é o que sobra. E isso não é ruim.
Isso é a realidade.
Sorrir? Faz a brincadeira ficar gostosa.
Sentir? Faz a brincadeira ficar saborosa.
Mas no final, o que resta é a solidão da cama vazia, fria, e de verdade.
Então, que assumamos a realidade, pois o universo dos sonhos devem ficar nas nuvens que como algodão desenham figuras, mas em seguida se desmancham.
A solidão, ela nunca nos abandona.

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