Releitura

No caminho há situações e outras situações. Porém, mesmo que trilhemos os mesmos caminhos a cada partida, a cada caminhada, o que vemos são novos detalhes, que outrora não percebemos, então temos a sensação de estarmos em um caminho novo.
Nessa visão nova do caminho novo, achamos que estamos pisando em um terreno virgem, inexplorado e novo, mas não, o caminho já estava lá.
Passou despercebido pelo viajante, ou então, ficou longe da sua memória pelo caminho ter sido tortuoso em sua primeira jornada.
Só que agora há um novo guia, que apresenta ao viajante novas flores, novas plantas, novas borboletas.
Então a visão é renovada. As sensações adormecidas parecem ressurgirem, para nos causar aquele frisson que não sabiamos que era tão bom.
A cada passo, onde deixa o objetivo mais próximo, é claro cria uma tensão.
As mãos inevitavelmente ficam geladas.
Os lábios inconstantes, recebe dos dentes mordidas leves.
Os olhares buscam um vazío, um lugar seguro.
Mas é inevitável.
A estrada é nova, e o novo nos assusta, nos incomoda, nos provoca.
Mesmo que o novo de hoje já tenha sido vivido, mesmo assim, ele é novo, pois a sensação pode ser conhecida, mas o que leva a sensação isso é desconhecido, é uma surpresa.
E a surpresa foi dada de presente, veio do inesperado.
O corpo, nesse caminho reage como deve ser, querendo provar desse novo sabor. A razão quer que se tenha cautela e não se procure atalhos. O coração, quer o corpo sobrepondo a razão.
Ao viajante, só resta ser levado nessa viagem, se entregar ao novo caminho, mesmo que a razão diga não.
Mas sabe que o final da estrada, encontrará o que há muito já tinha visto, ou sentido.
A diferença é que o caminho teve um novo sabor.
Inexplicavelmente novo.

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