Reluzente

Então temos momentos em que as águas dos rios ficam turvas e agressivas.
Nesse instante é impossível que possamos desfrutar de sua beleza e de sua formosura, uma vez que o seu brilho e sua calmaria não existe, o que existe é tão somente o medo de atravessá-lo, o desprazer de não poder desfrutar de seu doce prazer.
Há momentos em que a guerra é iminente. Quando estamos nesse instante a tensão nos corroê por dentro, pois a possibilidade de não haver o amanhã deixa o hoje incerto. A imagem da espada cortando o vento, encontrando um corpo e deixando-o no chão sem vida, é um quadro que não queremos.
Mas tanto o rio tenso e a guerra iminente tendem a terem seu momento de calmaria.
O rio com suas águas calmas, nos convidando para um banho demorado, nos perfumando com suas águas e seu perfume, nos traz um instante de plena calmaria. Nos transporta para um mundo transcendental, onde tudo é paz, tudo é felicidade, e o sorriso após esse banho é inevitável.
O guerreiro ao voltar de suas batalhas, banhado pelo suor da luta, pelo sangue do inimigo procura também um porto seguro, onde possa descansar e encontrar um colo. Um repouso em segurança, sabendo que sua vida não corre mais perigo, que o inimigo agora derrotado, não tomará do guerreiro suas preciosidades.
Do rio e da guerra, o que procuramos é a calma de um e a inexistência do outro.
Encontrada essa combinação, os dias serão floridos, as pessoas serão belas, os problemas todos solúveis.
Visto o mundo dessa forma, o que teremos é a plena sensação de paz.
O que queremos na verdade não é que não haja momentos de turbulência, não é que não tenhamos guerras e lutas.
O que procuramos é vencer todos os obstáculos.
O que sobrará dessa vitória?
Um sorriso alvo, longo, expressando o quanto somos felizes, por conseguir depois de tudo, um colo para descansar, um banho refrescante e o acalanto daquele que nos espera.

Postagens mais visitadas deste blog

Lágrimas

Arrepio

Amizade ou....