De volta

Habitava ela num local distante e longe de todos
Era tão longe que parecia não existir pois era inabitável
Não conhecia em seu lar a crueldade dos homens
Onde vivia não tinha dor nem saudade nem vontade
Todas das coisas eram perfeitas e assim deve ser sempre
Acostumada com lugar de tal perfeição achou que o mundo era assim
Resolveu então passear pelo desconhecido mundo dos homens
E descobriu que também habitava esse universo
Nele provou coisas que não sabia existir
Viu que o tempo nesse mundo corre
Entendeu que no mundo novo as pessoas sentem saudades
As coisas cá não são tão perfeitas como lá
O toque aqui era mais complicado, pois lá seria tocada sempre que houvesse vontade
Desejo no mundo novo era proibido, mesmo que sentindo
Os sorrisos aqui não são tão simples como estava acostumada
Não havia perfeição, a não ser que a perfeição está no erro
Depois de provado esse mundo, entendeu que não era o mundo dela
Descobriu que o mundo onde habita é o dela
E esse só serviu para ela entender como é bom e perfeito o que tem
Então, sem adeus nem mais, voltou para seu mundo
E não levou saudades, nem dor, pois isso não habita seu mundo
Mas levou consigo o aprendizado de valorizar o que tem

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