Labirinto

Olhares são labirintos que deveriam levar à alma, mas não. Alguns olhares nos levam ao mais fundo e insano mundo onde tudo é permitido, onde tudo é desejo, onde tudo é suor.
Lábios deveriam traduzir os sentimentos, pronunciar palavras amorosas e confortantes, mas não. Os lábios nos levam a lugares que as palavras não fazem o menor sentindo. Um lugar onde tudo é sabor, e onde tem todos os sabores.
O suor deveria indicar que estamos com calor, mas não. Ele nos indica que estamos em algum momento nos misturando ao outro, estamos recebendo pelos poros abertos pelo calor o outro em nosso corpo, mas não é qualquer outro, é o outro em um momento único, é o outro em pleno prazer, é o outro nos dando muito prazer.
As mãos firmes para o trabalho, mas não. Elas estão frenéticas procurando um descanso, um repouso, mas ao mesmo tempo elas estão provocantes e procurando onde causar no outro uma sensação de busca, de encontro, mas ao mesmo tempo desejando que o outro se perca no momento do tato.
A respiração fundamental, só que não. Ela indica ofegante que não estamos cansados, ela indica que estamos nos saciando, ela indica que estamos ansiosos, que estamos desejando, e os pensamentos nessa hora completamente descompassado.
O pensamento? Que pensamento?
Nesse momento temos tudo que precisamos, e no tudo necessário não precisamos pensar.
O corpo e as sensações já tomaram conta de tudo.

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