Um aceno

Bastaria uma mão acenando e então o adeus estaria dado
Mas o movimento tão simples de uma mão balançando ao vento
Depende do movimento do braço que a levanta
Esse movimento que parece involuntário mas necessário depende de muitas coisas
A primeira delas é o desejo de levantar
A outra a vontade de levantar
E a mais importante de todas a coragem de levantar
Acenar para um nunca mais movimenta muitos mais órgãos do que está visível
Ao movimentar os dedos para os lados e a palma da mão extendida
Antes disso o coração doeu
O estômago sentiu borboletas morrendo
Os olhos salgaram o sorriso
E muitas vezes antes disso, a mágoa ja tinha tomado conta
A decepção já era constante
Ou o caminho era impossível de ser trilhado
Mas antes disso ainda, tudo parecia perfeito e em ordem
O coração era feliz, as borboletas voavam frenéticamente
E o sorriso? Ah! O sorriso era doce
E quando tudo isso se tornou aquilo, então o braço não precisou de esforço
Ergueu-se e a palma da mão ficou exposta
E o ar deslocado pelo movimento indicou que novos ventos virão
Sem saber de que lado mas virão
E enquanto isso não acontece
A caminhada será no singular e não mais no plural.

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