Só uma música

Um som que nasce de um lugar inesperado dentro de uma caixa onde a surpresa é a constante. De onde as ideias surgem das formas mais inesperadas e brotam dos lugares mais insanos.
Mas era para ser só uma música, mas faltava então uma harmonia que não se sabia de onde iria tirar, uma harmonia que pudesse por do mesmo lado o claro e o escuro, a vontade de ficar e o desejo de ir. O sonho a ser realizado e a fantasia inalcançável.
Mas mesmo assim era para ser só uma música.
E nessa luta entre o sim e o não, o certo o errado, o fico ou não fico, as dúvidas iam surgindo e os acordes naturais não tinham mais a mesma formação e os dissonantes tinham perdido o brilho.
Mas isso tudo porque não encontrava a harmonia.
E nessa bagunça desvairada, sincopada, a certeza nunca iria brotar. A imaginação já caminhava a passos largos para um obscuro lugar, chamado nenhum.
E nesse lugar então estaria a certeza. E nesse lugar estaria a decisão correta. E nesse lugar o melhor caminho estaria a disposição.
Mas não era esse o mundo procurado, e dentro dos muitos enganos, descobriu-se mais um, que não veio de fora, ele brotou de dentro.
Mas e a música? O que houve com ela, que não se ouve?
Não, ela não existia, pois ela estava num silêncio preocupante, onde na verdade ela não deveria estar, mas agora esse é o lugar de sua morada.

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