Turbilhão

E o vento sem destino mas com poder
Varre nossas ruas sem piedade
Invisível aos olhos, porém, sensível à pele
Sentimos toda sua fúria no corpo
As folhas mortas no chão, passam a ter vida
E voam e passeiam, desordenadas
As doces águas mansas dos rios viram enxurradas
Devastando o caminho em que desfilam
Refazendo o desenho da natureza
As ondas do mar, aquelas belas e constantes
Se transformam em monstros marinhos prestes a nos atacar
Não há lugar seguro
Assim ficamos quando um mundo nos cai a cabeça
Nos sentimos grãos de areia sendo levados pelo vento
Sem destino
Confuso
A brisa passa a ser um tufão e nos sentimos em seu olho
O caminho outrora de mãos dadas agora é um desfile solitário
Uma sensação de fim de festa antes que ela começasse
E assim ficamos
Nossa cabeça envolvida num turbilhão de sentimentos
Amor, ódio, saudade, solidão, desespero
E o sorriso que um dia foi tão fácil
Agora parece ter sido levado pelo vento
Os olhos que muito brilharam
Agora despejam sal sobre os lábios que perderam
O sorriso

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