Não haverá

Não haverá espaço para o acalanto e a saudade
A doçura e a macies dos toques já não são mais necessários
As palavras continuarão doces, mas não serão degustadas, somente lidas
O carinho e a candura ficarão num lugar inacessível
E tal qual os espartanos, os escudos sempre estarão em alerta
Não haverá espaço para paixões e delírios
Os desejos agora ocuparão um lugar no passado e é lá que devem ficar
As flores ocuparão os quadros pintados pela natureza e dela são propriedade
Não cabe a nós roubar sua beleza, nem seu encanto, pois seu tempo já se foi
As músicas serão devolvidas aos seus donos verdadeiros
Não haverá apropriação de sua autoria nem seu destino
Os motivos se foram, e com eles os brilhos
O sorriso largo? Há sempre existirão, mas por motivos que jamais alcançarão o coração
E tudo será como era antes, assim, longe e frio
Pois é assim que deveria ter sido sempre.
Sem fraquezas, nem delírios, nem ilusões, nem sonhos.

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