Sobre mordidas

Não é sobre a boca, é sobre o momento.
Aquele instante insano que queremos mais do que temos, que queremos entrar na outra pessoa
Aquele momento que queremos uma parte do outro.
O instante mágico quando queremos o sabor do outro num momento único e sem divisão.
Onde a pele Lisa escorre pelas mãos tateando forte com os dedos.
Onde a diferença entre o certo e o errado não existe.
Onde a dor e o prazer se confundem.
Onde o suor e a secura da boca se misturam.
Mas é a boca quem causa o calor do corpo o frio das mãos a pele trêmula.
O sorriso e o choro, o prazer do momento e a saudade no próximo instante.
Mas a boca, sempre ela.
Insaciável morde.
Aperta.
O corpo responde, o sorriso brota largo nos lábios, a vontade instável.
Querendo parar, continuar e parar de novo.
E como uma confusão de sentidos, e na ausência de ação.
A boca volta e morde de novo.
Então tudo começa outras vez.
E não quer e não vai parar.

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